Artista utiliza ficção e poesia em vídeos para analisar apagamentos históricos da identidade brasileira
Por Redação MASP
O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, de 25 de novembro de 2022 a 22 de janeiro de 2023, no 2o subsolo do museu, Sala de vídeo: Aline Motta, que exibe a trilogia de vídeos Pontes sobre abismos (2017), Se o mar tivesse varandas (2017) e (Outros) Fundamentos (2017-2019). Com curadoria de Leandro Muniz, assistente curatorial do MASP, os projetos dialogam com parte da história familiar da artista, como um estudo de caso sobre a formação social brasileira e, sobretudo, seus apagamentos, violências e resistências.
A artista Aline Motta (1974, Niterói, RJ) trabalha com fotografia, vídeo, instalação, performance e escrita, produzindo obras que reconfiguram memórias — em especial as afro-atlânticas —, em uma abordagem interseccional sobre questões de gênero, raça e classe. Motta constrói narrativas que evocam uma experiência não linear do tempo, na tentativa de questionar, por meio da pesquisa e da especulação, as relações entre violências estruturais, apagamentos históricos e a preservação da memória.
Em um entrelaçamento entre as esferas íntima e pública, os vídeos Pontes sobre abismos e Se o mar tivesse varandas reproduzem fotografias, materiais de arquivo pessoal e documentos oficiais sobre tecido e papel, submersos em água ou expostos ao vento em diversas cidades que a artista visitou em busca das histórias de seus antepassados. (Outros) Fundamentos atravessa cenas urbanas, religiosas e espaços domésticos com um espelho, sugerindo conexões culturais entre as cidades de Cachoeira, na Bahia, Lagos, na Nigéria, e a zona rural do Rio de Janeiro. Suas montagens fragmentadas em múltiplas temporalidades e as amplas relações entre vida e morte destacam o caráter singular e sensível de seu trabalho, para além da denúncia ou do simples registro.
“As imagens relacionadas à água nas obras aludem às cosmologias Congo-Angola, nas quais ‘Kalunga’ é uma linha fina que separa as dimensões dos vivos e dos mortos”, pontua o curador Leandro Muniz. “Elementos como fotografias e cosmogramas são repetidos em diferentes momentos dos vídeos, assim como por toda a prática da artista, em um trabalho incessante de reelaboração e ressignificação dessas histórias.”
SOBRE ALINE MOTTA
Aline Motta nasceu em Niterói, Rio de Janeiro, em 1974, e vive em São Paulo. A artista recentemente participou de exposições coletivas incluindo Histórias Feministas, artistas depois de 2000, no MASP, Histórias Afro-Atlânticas, no MASP/Instituto Tomie Ohtake, Cuando cambia el mundo, no Centro Cultural Kirchner, em Buenos Aires, Argentina, Pensar todo de nuevo, no Les Rencontres de la Photographie, em Arles, França, e Screen series, no New Museum, em Nova York. Em 2020, realizou a exposição individual Aline Motta: memória, viagem e água no MAR/Museu de Arte do Rio. Neste ano, lançou seu primeiro livro, A água é uma máquina do tempo(Fósforo/Luna Parque), e apresentou uma individual no átrio do Sesc Belenzinho.
SERVIÇO
SALA DE VÍDEO: ALINE MOTTA
Curadoria de Leandro Muniz
2º subsolo
Visitação: 25.11.2022 — 22.1.2023
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terça grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta a domingo, das 10h às 18h (entrada até às 17h); fechado às segundas. Entrada gratuita em todas as primeiras quintas-feiras do mês – um oferecimento B3.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 50 (entrada); R$ 25 (meia-entrada)
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